Há coisas que a gente não consegue calar. E era assim que ela se sentia. Precisava dividir aquilo com alguém, mas ao mesmo tempo se viu tão so. Há momentos, também, que parece que ninguém quer ouvir. Ou que ninguém é suficientemente bom para saber. E agora, o que fazer? Uma amiga viajando, a outra se quer atende o celular. Outros achariam uma completa bobagem. Aquele sentimento de raiva, nervosismo, aflição tomava conta dela por completo. O jeito era esperar chegar em casa, ligar o computador e esperar pra ver se alguma de suas amigas estariam online para escutá-la e aconselhá-la. "Todas as meninas que acompanharam essa história não tem mais o mesmo contato comigo.", lembrou enquanto ia pra casa.
Quando chegou à mesma, correu! Falou ligeiro com quem estava pelo caminho do quarto, subiu correndo as escadas, abriu a porta, ligou o computador e sentou. Respirou. Ainda não conseguia pensar direito. Mas parecia que só o fato de ver a máquina ligar a fazia se sentir mais leve, mais tranquila.
Assim que conectou a internet entrou no MSN, precisa encontrar alguém. Já dizem que pra disabafar vale qualquer pessoa. Mas para sua frustração não havia ninguém online. Ou ninguém que quisesse saber de algo tão realmente idiota. "Ai meu Deus, vou morrer. E agora?", era a única pergunta que saía de sua boca. Então, teve um brilhante idéia: mandar um email contanto tudo para si. Que tola. Mal lembrava que ela mesma leria o que já sabia e que não poderia dar conselhos que ela mesma já pensava e, de fato, odiava. Porém, começou:
"Nunca pensei que fosse me sentir assim. Porque as feridas são machucadas quando mechidas?! Vai entender. Passei o dia aflita, para lá e para cá. Como uma louca. Fui à aula e mal consegui me concentrar. Peguei o carro de resolvi passar no shopping para comer algo (amo fazer isso quando algo me aflinge). Eu queria desopilar, esquecer o dia estressante no trabalho e os problemas em casa. Mas não foi bem assim que aconteceu. Cheguei ao shopping quase que com um sorriso no rosto de tanta satisfação. Corri para a fila do fast food e, claro, pedi o maior e mais gostoso sanduíche de lá. Satisfeita com minha bandeja (que estava rechada de coisas calóricas) fui me sentar, sozinha lógico. E... você não imagina, né?! Ai ai, não ter um namorado é algo que realmente me estressa mas encontrar um ex (ainda "atual" em seu coração) quando o que mais se quer é ficar bem não é a melhor coisa do mundo. Né?! Eu queria entender, pois ultimamente de cada 5 saídas que faço,3 o encontro. Isso me machuca tanto. Vê-lo com outra então, me destrói. E ter que se fingir de forte, de 'estou bem e espero que dê pra notar' é tão ridículo e pavoroso que tenho vontade de me esconder, isso sim. Aii, acho que é só. Precisava desabafar."
O que não adiantou muito. A aflição lhe corroía, como o cupim à madeira. O problema é saber, ou tentar descobrir até onde isso vai te levar. Ela sabia, que por mais perigoso podesse ser, essa história ainda não havia acabado. Não mesmo!
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